Aforismos da Alma - 01

| domingo, 1 de abril de 2012

Vi tardes caírem calmas nas vistas das almas que andam sós. Vi dias trançando vias no viço vivo dos girassóis. Vi noites andarem mansas mirando as danças do luar, vi vaga-lumes a procurar luzes perdidas em um olhar. Vi mundos buscando o fundo do poço raso do bem querer, vi tempos trincando ventos, contando tentos para viver.
Andei andando, me procurando na sanga clara dum arrebol, promessa rara, pressa desnecessária de um caracol. Contei com a noite, senti o açoite do ramo verde que a alma lavra na dor do corte, fere de morte o fio da palavra. Lágrimas rotas secas nas gotas de uma lembrança, jaz a esperança do reencontro do verso pronto para entregar a quem não vêm e ainda insiste em esperar, na ânsia incontida de nascer partindo, de andar sentindo sem nunca chegar...

Dom Isidro

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