Entre o Pensar e o Dizer - Filosofia poética...

| quinta-feira, 26 de março de 2015

Entre o Pensar e o Dizer

Versando com a linguagem
O vivo instrumento do ser
Brotam questões hermenêuticas
Que poucos se atém a responder
Pois elas se velam nas falhas da fala
Entre o pensar e o dizer

De menos a mais infinito
Estende-se supremo o pensar
Buscando no dizer sem limites
A essência de em si significar
Prende-se ao “estar” do passado
E no aquém da origem voltar

Saber, sentido, discurso
Eterna busca do principio
Que o ser remete ao além
Consagrando este sacrifício
Romper ou chegar no limite
Do universo que traz o silêncio

Poeta, filósofo e sábio
Discursam no seu pensar
Vão à meta do dizer
Se pretendem anunciar
Usando em seu beneficio
O ato do enunciar

Matéria, coisa pensante
Que ao dito e não dito recorrem
Bebendo do néctar doce
Que dá a relação da linguagem
Boa amiga e nefasta presença
Liberdade e limite do homem

Oh forasteiro e amigo
Soberbo e ambíguo dizer
Pelo pensar refletido
Em si mesmo e no seu vir-a-ser
Que a coisa pensante anuncia

E tensiona no próprio viver...

Isidro

Quem sabe...

|

Quem sabe um dia...
Num outro tempo...
Outro poeta,
Outro verso,
Outro gênero,
Outro começo...

Quem sabe um dia...
Num mundo novo
Um novo artista
Um novo assombro
Um novo filósofo
Um livro novo

Quem sabe então...
Um eu mais novo,
Outro sábio,
Um novo povo
No outro, então...

O novo, de novo.

Isidro

Porque vim...

| quinta-feira, 23 de maio de 2013

Foi o que me trouxe até aqui... Vim buscar a inspiração que anda pouca, vim curar a voz das letras que anda rouca, vim matar a saudade de um olhar... E achei o que vim buscar... Vim em busca desta bússola do tempo que, qual a outra, aponta sempre o que se quer, vim reaver aquele verso solitário que tantas vezes de um simples comentário, fez poema pra os meus versos libertar... Achei o que vim buscar! Achei o norte que pauta minha canção, achei o olhar que me faz rima ao coração, achei o riso escondido pelo catre, achei a vida que ainda lume no meu mate.

Dom Isidro

Por onde andei... Nesta sina de andar...

| quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Andei longe, gastei espinhos pelos caminhos por onde andei...
Sigo meu trilho, arranco os espinhos dos nós mesquinhos que eu mesmo criei...
Corri na rua... Fiz trilha pra lua nas minhas andanças... Na beira da sanga...
Meu riso criança ficou na lonjura...
No estreito do dia, escutei a alegria do canto dos galos...
O cristal da água lavou cada mágoa que a vida me deu...
Andei sempre andando, buscando os encantos de versos tão meus...
Deitando minha crina, acolho esta sina, presente de Deus...
No canto dos grilos, cruzei os banhados... Cortei aramados no verde das matas...
Fiz voo nas asas de garças encantadas prostradas ao sol...
Toquei o arrebol e as brasas do céu... Sou mestre... Sou réu...
Num destino andarilho que faz estribilho pras noites de breu...
Fui algoz, menestrel, nas noites de frio...
Minha alma de rio que abranda o verão, tem sede de mar...
E de tanto andar por um sonho, quimera...
Floresce com as flores que enfeitam as taipas depois das esperas...
Minha alma de rio, esquece o estio, os açoites do frio e as noites de espera...
Quando a vida renasce e um sorriso que nasce com a primavera.

Dom Isidro

Palavreando

| quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Sentir a vida brotando das próprias mãos pelo encanto da palavra… Das coisas mais belas que se pode sentir… Sentir que a magia descrita na palavra, se dá dentro do próprio coração… Nestes dias em que a vida cansa um pouco, um jeito louco de deixar brotar da garganta, tudo aquilo que a alma pede, tudo aquilo que a alma canta…
Dom Isidro

Fonte da Imagem

De flores e tempos...

| terça-feira, 16 de outubro de 2012
Falo de flores, de tempos, de amores, de ventos, de estrelas, de cores, de momentos...
Se eu falo de flores é porque já senti seu perfume, já reparei em sua beleza, pousei em seus encantos nas asas da borboleta, já chorei por seu valor e senti o doce sabor do néctar das letras...
De tempos compreendo pouco, no pouco tempo que o vi, sendo senhor de muitos e servo somente de si. O tempo correu ligeiro quando um olhar me encontrou, foi calmo, amargo e rasteiro, o tempo que desbotou, quando a noite caiu silente e a solidão se agrandou, o futuro já passado e o agora que gorou...
De amores não sei as cores, sei do calor que ainda arde nas almas que anseiam calmas pelas chamas da vontade, das tardes que buscam longe com um sorriso na fronte, que esperam, sem desespero, por um olhar do horizonte...
O vento canta silêncios na melodia do tempo, corre inquieto e matreiro como corre o pensamento quando eterniza lembranças e encanta a ilusão de um momento, soprando doce e gelado para aquecer sentimentos...
Estrelas, só as vi ao longe e as busquei na imensidão, quis tocá-la em meus desejos cansados de solidão e o seu brilho ergueu luzeiros clareando meu coração. Encontrei num só olhar as estrelas da emoção que cirandavam clareiras pelas asas da paixão...
Com as cores pintei retrato na tela do meu olhar, pelos pinceis da lembrança que a vida soube embalar, nas canções dourei palavras que a noite semear nos sonhos onde proponho as cores do teu olhar...
São as flores e o tempo, são os amores e o vento, são as estrelas que eternizam meus momentos, que enternecem minha lida e encantam meus pensamentos...
Dom Isidro

Simplicidade...

| terça-feira, 11 de setembro de 2012
     A simplicidade brota da alma, os versos brotam da fala e o sentimento, do coração...
     A beleza do viver se dá em cada pequeno milagre e estes, acontecem todo o tempo, numa semente que morre, numa rosa que nasce, numa pétala que sorri ao beija-flor, no bate-asas de uma borboleta, na perfeição de um arco-íris e na singela e perfeita beleza das minúsculas asas de uma joaninha que pousa nas mão delicadas que a esperam...
 

Copyright © 2010 Sábio do Mate