Aos Pais...

| sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sentado num banco
Atento pra o vento
Olhos ao longe
Mirando o firmamento,
Buscando o ontem distante
Na roda larga do tempo.

As mãos que foram sustento
E escudo pra todo o mal
Ensinaram a lida campeira
E a lutar por um ideal
Quantas vezes farquejaram
Meus cavalinhos de pau.

A funda de goiabeira
A cacimba bem tapada
A taia de água bem fresca
A traíra pra a fritada
Paciente o pai ensinava
E a sabedoria encantava.

Os conselhos que ainda lembro
Aonde vou comigo eu trago
Ser honesto, companheiro,
Ser forte, valente e bravo
Onde andar levar comigo
O amor por este pago.

Do taura já resta pouco
Do pala restam farrapos
Do sábio restam ensinos
Da força restam os braços
Do pai resta a lembrança
E a vontade de um abraço.

Meu pai que como tantos
Já partiu pra eternidade
Deixou o nome na história
E uma carga de saudade
Deixou marcas na memória
E a coragem por verdade.

Outros pais que ainda andam
Neste mundo que deus fez
Merecem toda a ternura
Que estes versos vem dizer
A palavra abre o verbo
Pra saudar um bem querer.

Bem queremos neste dia
Aos pais de todo o rincão
Que plantaram nesta terra
O amor por este chão
Semearam esperanças
Aos filhos de coração.

Recuerdo do chimarrão
Cevado na madrugada
Pra esperar o amanhecer
Cada cuia era uma aguada
Repleta de vida e sonho
Pra o futuro da filharada.

A gaita seguia quieta
Quase sempre a esperar
As mãos que depois das lidas
Tivessem tempo de tocar
Pra alegria do piazedo
O pai tinha que cantar.

Tem filhos que vivem longe
Desta terra, deste chão
Mas onde estão tem vontade
De voltar para o rincão
Abraçar o velho pai
Que sempre é raiz e razão.

Meus versos tem rumo certo,
Vem rogar ao pai dos pais
O patrão lá das alturas
Que abençoe e traga a paz
Dê a todas as famílias
Um Feliz Dia dos Pais!

Dom Isidro

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