Entre o Pensar e o Dizer

| quarta-feira, 27 de abril de 2011

Versando com a linguagem
O vivo instrumento do ser
Brotam questões hermenêuticas
Que poucos se atém a responder
Pois elas se velam nas falhas da fala
Entre o pensar e o dizer

De menos a mais infinito
Estende-se supremo o pensar
Buscando no dizer sem limites
A essência de em si significar
Prende-se ao “estar” do passado
E no aquém da origem voltar

Saber, sentido, discurso
Eterna busca do principio
Que o ser remete ao além
Consagrando este sacrifício
Romper ou chegar no limite
Do universo que traz o silêncio

Poeta, filósofo e sábio
Discursam no seu pensar
Vão à meta do dizer
Se pretendem anunciar
Usando em seu beneficio
O ato do enunciar

Matéria, coisa pensante
Que ao dito e não dito recorrem
Bebendo do néctar doce
Que dá a relação da linguagem
Boa amiga e nefasta presença
Liberdade e limite do homem

Oh forasteiro e amigo
Soberbo e ambíguo dizer
Pelo pensar refletido
Em si mesmo e no seu vir-a-ser
Que a coisa pensante anuncia
E tensiona no próprio viver...

4 comentários:

{ Bella Beloca } at: 27 de abril de 2011 às 12:36 disse...

Poxa, que profundo... muito bonito!
Você que fez o poema?
Se vc falasse assim tão difícil... haha... seria complicado conversar com vc...

{ Dulce Miller } at: 27 de abril de 2011 às 13:32 disse...

Eu estive pensando...
E queria tanto que todas as pessoas pensassem!
Queria o pensamento, não a imaginação, pois há aí uma grande diferença. Pensar com discernimento leva o homem à razão, ao entendimento de todas as coisas, já a imaginação pode mascarar a visão. Desde que o homem deixou de pensar, a miséria e a infelicidade humana crescem em ritmo de catástrofe alucinante e nem sei se ainda há esperanças. Tenho medo do que nos tornamos sem esperanças...
Gostaria de pedir apenas para que pensem! Esta é a atitude que mais nos aproxima da realidade e o único veículo para alcançá-la, atingí-la, dominá-la e transformá-la é o pensamento!
Se quero que pensem, quero no sentido de que se conheçam e se tornem mais felizes. Não quero que só imaginem. Se quero que instalem asas é no sentido de que voem até dentro de si próprios, pois há maravilhas a conhecer dentro de nós mesmos. O vôo interno deve ser praticado, existem potencialidades a serem descobertas. Mas que não fujam, porque fugir é o que mais cansa.
Não quero que escolham a escura arquibancada da vida como espectadores temerosos, frágeis e fracos, que perdem sem nem ao menos tentar. E principalmente, não aceitem o que a mídia oferece como fato consumado e verdade absoluta. Desconfiem, suspeitem, investiguem... pensem!
Há de se enfrentar a vida pela frente, desafiá-la, entendê-la, dar-lhe as cores de nossa alma e viver. Viver é o melhor que há e o bem maior que possuímos!
Podemos transformar nossa realidade num sonho, se a soubermos entender para transformar, mas isso exige esforço. Ser feliz exige esforço!
Né não, Vítor?

{ Dulce Miller } at: 27 de abril de 2011 às 13:37 disse...

Ah, e lendo o comentário da Isabella aí em cima, lembrei que uma vez uma pessoa muito especial me disse:
"Du, assine teus textos, coloque seu nome, seu apelido, qualquer coisa, mas assine, senão nunca saberão se foi tu que escreveu ou não."
E antes eu não assinava mesmo e sempre faziam a mesma pergunta.

#ficadica.

Obrigada pelo comentário lindo no meu post, acho até que vou fazer um post só com teu comentário! rsrs

Beijos de flor de laranjeira.

{ Viviane Junqueira Ayres } at: 27 de abril de 2011 às 15:30 disse...

Encantada aqui com tua escrita...

Estou rodopiando pelas palavras...brincando com os versos... sentindo o gosto do mate...(deste e de todos seus posts anteriores)

Um prazer conhecer seu blog... virei sempre tomar chimarrão...

Beijos,
Vivi Ayres
http://cirandasaosol.blogspot.com

 

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